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Trecho 8 (Tangará - Cuiabá)

 

          Quatro dias descansando e me recuperando na casa da Liceli, tive tempo para ajustar algumas coisas do blog, organizar as ideias sobre os rumos à medida que as coisas aconteceram e, ainda, refletir um pouco sobre as experiências e o que ainda estava acontecendo. Quando entramos em uma Zona de Conforto, temos mais tempo para refletir, avaliar e aprender mais um pouco, e preparar para sair dela novamente. Na Liceli, obtive essa ZC novamente, e foi muito bom para mim, e o que acontecera ali, tbm me ensinou mais na frente e ainda continua ensinando.

 

      Peguei a estrada... dia 26 de novembro sentindo Nova Olímpia... e enquanto ia vibrando agradecimentos e pedidos de benção, logo vêm os sinais.. Um carro me parou ainda na saída de Tangará, e os passageiros já desceram me saudando com um sorriso... era Zé Carlos e sua esposa (q esqueci o nome... perdão...), me interrogaram sobre a aventura e logo se manifestaram querendo auxiliar. Eles são de um moto clube e viajam o Brasil assim... e sabem q um viajante sempre precisa de ajuda. Como estava bem abastecido e acabara de descansar em Tangará, agradeci a ajuda, trocamos contato e segui a viagem. Trocamos mensagens e logo ele foi arrumando locais para apoio pelas cidades onde passaria... ainda não precisei de nenhum, mas já anima saber que posso contar com alguém em uma região onde não conheço nada.

 

          A viagem já aparentava que seria cheia de expectativas... e foi... logo que saí do perímetro urbano, o acostamento acabou e o horário que por ali passava, parecia o pior. Muitos carros e caminhonetes aceleravam fundo, me fazendo sair da pista várias vezes... como troquei a corrente e o câmbio traseiro, a catraca pulava em algumas marchas pois ela estava meio gasta para a corrente nova. Essas saídas e entradas na estrada, o peso excessivo me fizeram forçar bastante, e acabei lesionando novamente o joelho no local que já havia machucado antes de chegar em Tangará. Isso me preocupou, pois estava só, começando a viagem que deveria durar pelo menos 200 km. Depois, avaliando melhor,  mais fatores influenciaram essa lesão. Não fiz o tratamento correto com gelo... falhei na alimentação (muito chocolate) e falta de trabalho recuperação gradativa, para me lançar novamente em outro desafio depois de 4 dias parado. Antes da Serra que iria descer, a dor já incomodava bastante. 

 

     Na descida da Serra passei novamente pela Pedra Solteira e pela Pousada Primavera, e logo depois, entrei em uma estrada particular de uma grande Fazenda de Cana... Itamarati. Que tem uma Usina bem no Centro... (ostentação.. rs). Não havia acostamento, mas também não havia movimento... Segundo as placas, era proibida a passagem por ali, pois se tratava de estrada particular, mas isso faria eu evitar uma volta que aumentaria cerca de 40 km meu trajeto e ainda, ficava vendo a serra ao longe. Havia a opção de ir por cima dela, mas a estrada era de chão, não quis arriscar.

 

     Segui pelas imensas plantações de cana, com tempo bom. Passei por ali com Fábio Gottardo no dia anterior de caminhonete para conhecer e vimos uma ema em meio a plantação... pensei "ela podia estar aí amanhã..." nunca tive próximo a este animal de forma livre e tbm queria ver filhotes... E como atração, no outro dia, o presente. Uma família ao longe já corria pela estrada quando me avistaram.... em uma curva, apertei a pedalada mesmo com o joelho doendo e quando me viram, eu já estava em cima... correram sem entrar na plantação, talvez para não se perderem, ou pq não dava... não sei... correram muito... os filhotes na frente e a mãe abrindo as asas para parecer maior e proteger a ninhada.

            Ainda consegui algumas fotos... correndo com a bike ao lado deles... até que pararam e me viram passar... foi lindo... curtindo aquele momento que havia desejado no dia anterior... olhei bem no olho dela... via seu desespero para proteger todos... acelerei para deixá-los em paz... passei agradecido pela experiência... eles correm muito... tive que passar de 30km/h para passar deles. Segui pela plantação de cana, cana e mais cana. foram 20 km de estrada particular, e só cana e a usina no meio da fazenda. Parei para me alimentar nessa estrada pois já se passava o meio dia. Segui até pegar novamente uma MT sentido Arenápolis.

 

         Ao passar pela pequena cidade de Denise, parei em um posto para colocar um pouco de gelo no joelho... era próximo ás 15h... estava preocupado com a dor que só aumentava. Fiquei meia hora por ali, agradeci pelo gelo para a galera do posto e segui para Arenápolis, onde pretendia passar a noite. A dor era cada vez mais intensa e quanto mais eu pensava nela, mais ela aumentava... decidi tentar melhorar o pensamento, mas as subidas eram como testes para meu controle mental. Foi tenso. Cheguei no fim da tarde esgotado em Arenápolis mas ainda decidi tocar para Nortelândia, 5 km adiante. Queria ficar num balneário próximo à ponte. Mas como cheguei escuro... pedi permissão para armar a barraca no posto mesmo... naqueles box de troca de óleo. Rogério, o frentista de plantão do posto Beira Rio, além de autorizar, liberou um banheiro pra tomar banho e ainda, junto com Jackson e Daniela, pagaram um marmitex pra matar minha fome. Agradeci demais... poderia dormir mais cedo sem precisar fazer comida... Ainda conseguiram gelo para meu joelho. Os caras foram demais. Passei a noite tranquila ali. Logo cedo, os caminhões já me despertaram e eu recolhi acampamento tomei um café no posto e segui com o joelho ainda doendo.

       

     Naquela região, voltava a ter pequenas propriedades, transição da Amazônia-Serrado, e vários morros me fizeram pensar no meio da manhã que não passaria Diamantino. Talvez no máximo subisse a Serra a Novo Diamantino. A dor estava tremenda e eu não havia pedalado quase nada.. Ao avistar as cidades ao longe por vota das 11h, uma mensagem no meu celular me fez parar para descansar e refletir um pouco... De repente veio uma grande vontade de agradecer e valorizar tudo.

 

        E comecei, agradecendo o apoio daquelas pessoas que de uma maneira ou de outra ajudaram eu chegar até ali. E na mesma hora, o apoio veio forte. Em poucos segundos, uma forte energia envolveu, fazendo meu corpo todo arrepiar. E quanto mais eu agradecia, mais apoio eu sentia... e vibrando amor mesmo, forte... a dor que era constante como uma agulha entrando na frente do joelho... parou. "In"explicavelmente... parou.. Essa foi uma das experiências mais intensas da viagem. Foi tão forte que subi a serra toda, parando apenas pra beber água umas 3x. Comprei uma marmitex e segui animado pela BR364 sentido Posto Gil... Um entroncamento no meio do Estado encontro da BR com o eixo Norte-Sul. Queria aproveitar a vibração.

 

       Várias coisas aconteceram para quebrar essa alta frequência, mas nem a falta de acostamento na Rodovia, ou a chuva típica de fim de tarde, ou as enormes subidas e descidas, ou movimento assustador daquela BR iria me derrubar... estava disposto mesmo a segurar a onda. E quanto mais tinha fé, mais coisas boas aconteciam... 

      Quando a chuva apertou próximo às 14:30h, me abriguei em uma lanchonete e ali senti que não estava sozinho... a receptividade foi intensa... e ainda me diverti um pouco com eles jogando sinuca enquanto a chuva não passava.... Ali lembrei minha época de faculdade onde eu realmente jogava. Hoje, mesmo sem a prática, vi que o q deve ser feito é ter confiança e aplico isso em tudo na minha vida, até mesmo como experiência. E não é que dá certo. Jogamos muito... E a dupla de cabeludos ganhou quase todas na mesa... e foi bem divertido conhecer aquela turma toda do Luiz, Ceará, e talvez foi a dose necessária de ânimo pra encarar o trecho final. Quando a chuva parou por volta das 17h, segui pois ainda faltavam uns 15 km. Uma placa me avisara que estava sobre o divisor de águas da bacia do Plata e a bacia Amazônica. O rio que nasce à esquerda da rodovia no sentido que eu estava traçando, faz parte da bacia Amazônica, à direita faz parte da bacia do Plata. Estava nas bordas das duas maiores bacias hidrográficas do mundo.

 

     Segui presenciando um pôr do Sol maravilhoso e pensando em uma forma de arrumar uma carona para visitar meus tios e primos em Sinop, já que aquele era a rota ideal, pensei tão alto e tão focado q pensei até no tipo de caminhão que poderia me dar carona. No entroncamento tem um posto da PRF, uma pequena rodoviária, algumas pousadas e um posto à 5 km sentido Nobres. Achei que no posto da PRF fosse fácil, mas quando cheguei, não senti o apoio q gostaria... segui para a rodoviária para tentar uma passagem, mas não levavam a bike se não estivesse embalada. Parei um pouco, já era escuro. sentei em uma calçada e decidi deixar fluir... entender os sinais. Foi bem esta a sensação... não forçar nada... já havia desejado e foi como uma oração. Agora é ter fé.

      Segui para o posto de caminhoneiros para armar acampamento e esperar o dia amanhecer para saber o q fazer. Estava muito confiante em alguma solução, o dia tinha sido maravilhoso... Pedi autorização da lanchonete pra que quando fechassem eu pudesse armar minha barraca em uma área que tinham cadeiras... tomei um banho, jantei no restaurante, fiquei lendo uns textos que ganhei na estrada e colocando gelo no joelho. De repente, dois caminhoneiros vieram me perguntar sobre minha viagem... e um deles ficou conversando comigo mais tempo falando um pouco da sua vida, Benfica era seu nome. A conversa fluiu e ele falou que iria para Sinop e estava levando cimento. BINGO. Exatamente a carona que fui desejando pois existe espaço na carroceria para levar a bike. Pedi carona pra ele e conversaríamos mais na viagem. Ele concordou. Armei acampamento e descansei até as 4h, horário que combinamos de sair.

 

       Foi bom conversar bastante com ele, e saber de seus assuntos pessoais. Espero ter ajudado. Chegamos em Sinop por volta das 10h. Agradeci a carona e segui para o encontro da minha família que estava desejando também. Ah... Como é bom encontrá-los. Meu tio é pastor da Igreja Luterana, e sempre foi uma referência para mim. Sua família é um espelho dele, de muito amor e respeito.
 

       Houve muita alegria todo o tempo, e não poderia ser diferente... além dos meus tios... moram lá ainda mais dois primos, Natacha e Ralf, e a outra prima, Dayana, estava visitando a família bem naquele fds. Foi muita "sorte" encontrar todos ali... embora eu acredite que tudo tem um sentido. Pude conversar com todos nesse dias que lá fiquei... Principalmente com minha prima Natacha... pois tivemos mais tempo juntos e ela foi a anfitriã que me mostrou um pouco de Sinop. Foi muito bom, aprendi várias coisas com todos. E conheci várias pessoas que seria injusto começar a citar nomes e não lembrar de algum. Mas todos são pessoas extremamente especiais. E não poderia ser diferente, pois essas pessoas se atraem.

 

       Fiquei dez dias ali, foram ótimos para minha total recuperação, vivendo em um lar de muito amor e devoção de gratidão. Uma experiência sem igual. Estava realmente precisando disso e talvez, e a mais forte experiência tive dentro da igreja que ajudou a construir meu caráter e personalidade, embora não participe ativamente, sou muito grato pelo aprendizado ali adquirido durante toda a minha adolescência e parte da juventude.

 

        Agradeço de forma especial todos daquela casa que tomo como exemplo em muitas situações da vida. Meu primo Ralf, que me ensinou com sua calma, avaliando bem a situação; minha prima Dayana, com sua determinação, sabe que irá alcançar o que deseja; minha tia Neiva, pela sua lealdade, simplicidade e atitudes, faz transbordar uma paz intensa; meu tio Wilson, pela sua devoção, seu amor, sua capacidade de facilitação, que faz com que as coisas se ajustem com paciência, e minha prima Natacha, que talvez tenha me ensinado mais do que eu consegui identificar, ainda me pego aprendendo lembrando de nossas conversas e o quanto nós somos parecidos. Foi uma ótima temporada ali. Tive várias reflexões ali, e pude ler um pouco também Augusto Cury... um autor que acho muito bom para refletir. Pude também agilizar muitas coisas no site.

 

           De novo, colocamos nosso desejos em oração, e lá estava a carona de volta, quase que ao fim da oração... um membro da comunidade que meu tio trabalha, Seu Cláudio ligou, informando que conseguiu carga para Nobres. Era realmente para passar o fim de semana ali, em meio a tanto amor. 

 

             Saímos na segunda no meio da manhã, carregado de arroz. Muita chuva fez a gente andar mais devagar e havia ainda muita chuva pra descer no posto Gil... Como a viagem estava muito agradável, fui um pouco mais... até Nobres onde já havia feito contato com Uller, que trabalha com turismo na região com a Roma Turismo. Era primeira vez q utilizava o Couchsurfing para me hospedar.  Me despedi de Seu Cláudio e agradeci a carona e o almoço que me ofereceu gentilmente. Foram boas horas de conversa e pude conhecer um pouco da realidade dos caminhoneiros da região... que são muitos.

 

             Não consegui falar com Uller pelo celular, mas não foi difícil achar sua casa... pois a cidade de Nobres não é tão grande. Chegando lá, dona Enil que é sua mãe, logo me acolheu com muita hospitalidade. Preparamos um lanche e pedi para passar aquela noite ali, para explorar um pouco a região no outro dia. Em Nobres mesmo, não há muitos atrativo, só em Bom Jardim que é um distrito de Nobres à 60 km que estão as atrações. A chuva não me deixou partir para este distrito e pedi para permanecer mais uma noite. Uller, que é um cara muito trabalhador e cheio de planos, concordou. E passei mais uma noite. Pude ainda durante o dia, em uma pausa da chuva. Percorrer uma trilha que leva a um mirante da cidade... foi bom pra não ficar parado e ver um pouco a cidade de outro ponto de vista. 

 

            Como choveu bastante a noite, a estrada que era de terra, virou barro e decidi seguir para Cuiabá, onde encontraria Murilo, filho de Deuzemínio da Fazendinha Agroecológica de Ouro Preto do Oeste. Ele estava morando na capital matogrossense agora. Segui o conselho de Uller e dia 10/12 pedalei pela estrada da Guia, menos movimentada, embora não houvesse muito acostamento, e estava apreensivo para saber como iria me comportar depois de tanto tempo sem pedalar.

           

               Foram mais de 120km e 12:30h de aventura aquele dia. Saí cedinho e só pude me despedi da D. Enil e pedi a ela para que agradecesse Uller por mim. Às sete já estava na estrada, e depois de muitos morros, kms pedalados, e chuva no meio do caminho... ainda consegui abrigo e frutas com uma vendedora na beira da Estrada. Cida me presenteou com melão e melancia. Todos no interior são muito prestativos, se ajudam sempre, acho q esta é talvez uma grande diferença das grandes cidades. As pessoas prestam mais atenção uma nas outras...

 

          De repente, avisto Cuiabá ao longe. Me emocionei... Foram muitos dias pra chegar ali, muitos perrengues, mas muita alegria. Muitas pessoas maravilhosas me ajudaram naquela saga. Muitas experiências me ensinaram muito. Fiquei animado e nem o pneu furado no fim do dia me desanimou... terminei empurrando a bike já dentro da cidade. Liguei para Murilo que se prontificou a me buscar. Foi um alívio... estava exausto.

 

              Passei alguns dias ali, tive tempo pra ajustar mais o site e conhecer o dia dia de Murilo nas obras que trabalha. No fds ainda fomos a Chapada dos Guimarães, em um domingão de sol. Vai ser muito bom chegar lá de bike agora que conheço um pouco do início do próximo trecho. Digo isso pq encerrei essa viagem em Cuiabá e esperei meus irmãos de coração, Leonardo e Fabi passarem por ali e me darem carona para passar o fim do ano em casa. Estava com saudades deles, estava com saudades de casa... estava com saudades. Como esse projeto tem esse intuito, do trajeto ser decidido na hora, alguns sinais me mostraram a melhor opção. Vamos pra casa.. e o melhor... de carona com pessoas que eu amo. Obrigado à todos que participaram até aqui. Até a próxima.

 

Rio de Janeiro, 27 de abril de 2015.

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BR 364
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Chegando em Cuiabá
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Véu de Noiva
Véu de Noiva
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Cachoeira Véu de Noiva
Cachoeira Véu de Noiva
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Cachoeirinha
Murilão
P.N. Chapada dos Guimarães
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